segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Módulo 5 - Dados Históricos


Módulo 5 – Dados Históricos












Antigos Romanos e Egípcios Numa Relação Homoafetiva - Em nenhum caso havia o conceito de pecado, doença ou qualquer tipo de preconceito ou discriminação.

Na história da homocultura, nem sempre as situações referentes aos homossexuais ocuparam o centro das discussões e nem muito menos precisaram fazer parte de estatísticas. O que precisa ficar claro é que pessoas não são dados estatísticos.
Durante a Idade Antiga a sociedade greco-romana convivia harmoniosamente com os grupos de homossexuais. O próprio imperador Alexandre o grande, assumiu publicamente a sua bissexualidade.
Em outro período bem anterior, a homossexualidade era difundida em Israel, porém passou a ser algo passível de ser punido com a morte. (Cf. Levítico. 18,22; 20,13; 20,23 e Juízes 19,22ss). De certa forma comprometia a procriação. Essas citações servem para justificar no Catecismo a não aceitação da prática da homoafetividade em si e não necessariamente do homossexual, enquanto é chamado a viver a sua castidade.
Foi a partir dessas fontes acrescentadas a Romanos 1,24-27 (a homossexualidade como aberração da natureza) e a 1 Coríntios 6,9-10 (o homossexual ou efeminado e sodomita como são chamados, comparados a injustos, impudicos, idólatras, adúlteros, depravados, ladrões, avarentos, bêbados e injuriosos), que a Igreja Católica Romana passou a punir com a morte os homossexuais da baixa idade média até o século 19 através da “Santa” Inquisição.
Desde então os grupos de homossexuais nunca mais puderam viver em paz e nem tiveram mais a sua dignidade garantida. Mesmo com o fim da inquisição (Santo Ofício), diferentes grupos religiososcontinuam a massacrar seus semelhantes em nome de uma fé cega e descomprometida.
Além da pena de morte, existia o degredo. Quando ainda o território brasileiro era uma colônia inexplorada, homossexuais, inclusive travestis eram expulsas para uma terra que só existiam algumas Vilas no litoral brasileiro.
O “crime” de sodomia (em referência a Sodoma, cidade bíblica que abrigava um número considerável de homossexuais), passava pelo processo de prisão, tortura e morte. Espanha e Portugal (países católicos) foram os que mais mataram pessoas no mundo por meio da Inquisição.
O Brasil esteve por um longo período dominado por esses dois países. A inquisição não aconteceu especificamente no território brasileiro, mas se sabe que muitos eram enviados para serem punidos em Portugal.
Em Goiás durante o século 19, os homossexuais eram chamados de mariolas. Havia uma grande concentração desse grupo de pessoas nas duas maiores festas religiosas, em Barro Preto (Trindade) e Moquém.(SILVA, 2006, p.326).
Apesar de tudo, a Igreja por meio do Catecismo reformulado em 1998, insiste em classificar os atos de homossexualidade “intrinsecamente desordenados”, mas traz dois conjuntos de reflexões tolerantes. No primeiro momento conceitua,
“A Homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada”. (Catecismo da Igreja Católica, 1998, p. 610, 2357).

No parágrafo 2358, declara,

“Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se à para com eles todo sinal de discriminação injusta”. (Idem, Pp.610-611).
No dia 29 de julho de 2013 o Papa Francisco, durante Entrevista Coletiva no retorno a Roma, ao ser questionado sobre os gays, com sua simplicidade e sabedoria declarou: “Se uma pessoa é gay, procura a Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, para julgá-la? O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas devem ser integrados na sociedade. (...) Devemos ser como irmãos.”

Contextualmente Paulo apóstolo escreveu a Carta aos Coríntios entre os anos 50 e 52. Corinto era uma cidade portuária com mais de 500 mil habitantes, tendo a maioria de seus habitantes, escravos. Era um lugar propício a todos os tipos de religiões e raças, onde havia muita riqueza e desigualdade social.
O apóstolo esteve nesse lugar por um ano e meio e foi o tempo suficiente para identificar todos os tipos de comportamentos. Não restaria alternativa, que não fosse a de criticar duramente comportamentos reprováveis não só do ponto de vista religioso, como também ético e moral. A luxúria estava acima de tudo.
É assim que a Bíblia deve ser lida, contextualizada. Pelo contrário, só restará a livre interpretação da parte que mais convém, fazendo desse Livro Sagrado um objeto de uso pretencioso para recriminar a vida alheia. 




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