sábado, 3 de agosto de 2013

Módulo 4: Escala de Kinsey e do Dr. Harry Benjamin




Módulo 4: Escala de Kinsey e do Dr. Harry Benjamin







         Escala de Kinsey

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Escala de Kinsey tenta descrever o comportamento sexual de uma pessoa ao longo do tempo e em seus episódios num determinado momento. Ela usa uma escala iniciando em 0, com o significado de um comportamento exclusivamente heterosexual, e terminando em 6, para comportamentos exclusivamente homossexuais. Muito frequentemente a Escala de Kinsey é simplificada de forma exagerada prevendo apenas heterossexuais, bissexuais e homossexuais de acordo com a monossexualidade, onde temos apenas dois sexos: o macho e a fêmea. Em estudos posteriores, Alfred Kinsey, Wardell Pomeroy et al. publicam os livros Sexual Behavior in the Human Male (1948) e Sexual Behavior in the Human Female (1953), introduzindo também os assexuais.

Introdução à Escala de Kinsey

Kinsey escreveu em tradução livre:
Homens não são representados através de duas populações discretas, heterossexual e homossexual. O mundo não é subdividido em carneiros e cabras. É um fundamento da taxonomia que a natureza raramente pode ser tratada em categorias discretas... O mundo em que vivemos é contínuo em todos e em cada um dos aspectos.
Quando enfatiza-se a continuidade das graduações entre os heterossexuais e homossexuais exclusivos ao longo da história, parece ser desejável desenvolver uma gama de classificações que podem ser amparadas em quantidades relativas de experiências e respostas heterossexuais e homossexuais em cada caso... Um indivíduo pode ser associado numa posição da escala em cada período de sua vida... Uma escala de sete categorias aproxima-se de representar as várias graduações que existem atualmente (Kinsey, et al. (1948). pp. 639, 656)

Estudos de Kinsey

Homens: 11,6% dos homens brancos, com idade entre 20 e 35 anos puderam ser classificados no nível 3 da escala num período de suas vidas.1

·         Mulheres: 7% das mulheres solteiras, com idade entre 20 e 35 anos e 4% de mulheres que já se casaram, com idade entre 20 e 35 anos puderam ser classificadas no nível 3 num período se suas vidas.2 Entre 2 a 6% das mulheres, com idade entre 20 e 35 anos, puderam ser classificadas no nível 53 e entre 1 a 3% das mulheres solteiras com idade entre 20 e 35 puderam ser classificadas no nível 6.4

Críticas à Escala de Kinsey

Uma das maiores críticas à escala de Kinsey é que ela não incorpora a transexualidade sendo quase inútil nesses casos. Harry Benjamin propôs, em contrapatrida, a Escala de Orientação Sexual que é muito mais adequada a trangêneros em geral mas que não explica a homossexualidade em si. Existem estudos que cruzam características da Escala de Kinsey com a Escala de Orientação Sexual de Harry Benjamin a fim de obter um diagnóstico mais preciso para indicar tratamentos e/ou cirurgias de resignação de sexo.

 

Referências

1.   Kinsey, et al. 1948. Sexual Behavior in the Human Male, Table 147, p. 651
2.   Kinsey, et al. 1953. Sexual Behavior in the Human Female, Table 142, p. 499
3.   Ibid, p. 488
4.   Ibid, Table 142, p. 499, and p. 474


Indecisão entre Sexo e Gênero em Indivíduos do Gênero Masculino


Dr. Harry Benjamin, 12-01-1885/24-08-1986
Pessoa de personalidade intrigante, o Dr. Harry Benjamin é considerado o grande pioneiro da medicina na identificação, descrição e tratamento dos Transtornos de Identidade de Gênero, sendo hoje um verdadeiro ícone na história da transgeneridade.
Alemão, nascido em 1885, praticou clínica geral e endocrinologia em Nova York e São Francisco. Veio a interessar-se por temas ligados à transexualidade através de outro grande sexólogo, o Dr. Alfred Kinsey (o do famoso relatório). Em 1948, Kinsey pediu ao Dr. Benjamin que examinasse uma criança que insistia em se tornar mulher, apesar de ter nascido homem. Kinsey conheceu a mãe da criança, que lhe pediu ajuda, quando fazia as entrevistas de campo para o seu relatório sobre o comportamento sexual masculino. Este menino rapidamente levou o Dr. Benjamin a identificar que ele apresentava uma condição muito diferente do travestismo, rótulo sob o qual eram genericamente classificados os adultos da época, em situação semelhante à do guri. Naquela época, ele tratou a criança com estrógeno (premarin, já existia a partir de 1941) e verificou uma grande redução da sua ansiedade.
Sua paciente mais famosa foi Christine Jorgensen que, em 1952, tornou-se uma das primeiras (senão a primeira) transexual operada no mundo (seguida mais tarde por Roberta Cowell, na Inglaterra e Coccinelle, na França).
Em 1966, o Dr. Benjamin publicou sua obra de maior importância, O Fenômeno Transexual, até hoje um marco na definição de padrões para o tratamento médico de pessoas portadoras de dirtúrbios de sexo / gênero. Curiosamente, essa sua obra foi dedicada à sua mulher Gretchen, com quem foi casado 60 anos. Afora a sexologia, o Dr. Benjamin foi também um gerontologista, tendo vivido, ele mesmo, 100 anos. Foi também esoterista, discípulo de Gurdjieff, tendo publicado uma obra sobre o quarto caminho, em 1971.
Com sua permissão e apoio, foi formada, em 1979, a The Harry Benjamin International Gender Dysphoria Association (Associação Internacional Harry Benjamin para Disforia de Gênero) que, desde esse ano, publica periodicamente o The Harry Benjamin International Gender Dysphoria Association’s Standards of Care for Gender Identity Disorders, ou seja, os “Padrões de Tratamento para Desordens de Identidade de Gênero”, uma espécie de bíblia para os profissionais médicos, sexólogos e psicoterapeutas atuando na assistência a transexuais e transgêneros. Os “Padrões de Tratamento” encontram-se atualmente na sua 6ª. Versão, que foi publicada em 2001, cuja cópia, em inglês, pode ser lida na sua íntegra clicando aqui ou baixada diretamente clicando neste outro link.
A “Escala” do Dr. Harry Benjamin foi publicada em 1966, inspirada no trabalho do seu amigo Alfred P. Kinsey, com material recolhido principalmente a partir dos seus exaustivos trabalhos de campo junto a transexuais, realizados desde 1952.
O aspecto mais criticado da tabela do Dr. Benjamin é precisamente a “ponte” que ele faz com a famosa Escala Kinsey(*) de orientação sexual humana. Por serem amigos e terem se influenciado mutuamente, o Dr. Benjamin quis incluir as descobertas de Kinsey na sua tabela.
É importante lembrar, para qualquer crítico apressado, do pioneirismo da tabela do Dr. Benjamin, publicada numa época em que o assunto transexualidade era um grande tabu, além de totalmente desconhecido da classe médica e psi.






(*) Escala Kinsey de Orientação Sexual
1 Exclusivamente heterossexual, sem qualquer experiência homossexual
Predominantemente heterossexual, mas incidentalmente homossexual
Predominantemente heterossexual, porém homossexual mais do que incidentalmente
4 Igualmente heterossexual e homossexual (bissexual)
5 Predominantemente homossexual, porém heterossexual mais do que incidentalmente
Predominantemente homossexual, mas incidentalmente heterossexual
Exclusivamente homossexual, sem qualquer experiência heterossexual
Assexual
             Fonte utilizada para a apresentação da tabela: http://www.genderpsychology.org/transsexual/benjamin_gd.html

             Acesso em: 03 de agosto de 2013.



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